O Zika virus (ZIKAV)
é um RNA vírus, do gênero Flavivírus, família Flaviviridae. Até o momento, são
conhecidas e descritas duas linhagens do vírus: uma Africana e outra Asiática.
O principal modo de
transmissão descrito do vírus é por vetores. No entanto, está descrito na
literatura científica, a ocorrência de transmissão ocupacional em laboratório
de pesquisa, perinatal e sexual, além da possibilidade de transmissão
transfusional.
A febre por vírus
Zika é descrita como uma doença febril aguda, autolimitada, com duração de 3-7
dias, geralmente sem complicações graves e não há registro de mortes. A taxa de
hospitalização é potencialmente baixa.
Segundo a literatura,
mais de 80% das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas,
porém quando presentes a doença se caracteriza pelo surgimento do exantema
maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não
purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça e menos
frequentemente, edema, dor de garganta, tosse, vômitos e haematospermia.. No
entanto, a artralgia pode persistir por aproximadamente um mês.
Recentemente, foi observada uma possível correlação entre a infecção
ZIKAV e a ocorrência de síndrome de Guillain-Barré (SGB) em locais com
circulação simultânea do vírus da dengue, porém não confirmada ainda à
correlação.
Situação Epidemiológica
Em 29 de abril de 2015, pesquisadores da Universidade Federal da Bahia
(UFBA) reportaram a identificação de Zika Vírus (ZIKAV) por meio de técnica de
RT-PCR em oito de 25 amostras testadas, provenientes da região de Camaçari/BA.
Em 09 de maio de 2015, a Fiocruz/PR identificou ZIKAV, pela mesma técnica em
oito de 21 amostras, provenientes de Natal/RN. No dia 20 de maio de 2015, o
estado de São Paulo notificou a detecção de um caso confirmado na região de
Sumaré/SP realizado pelo Instituto Adolfo Lutz/SP. Os casos foram ratificados
pelo laboratório de referência nacional, Instituto Evandro Chagas/SVS/MS. A
partir dessa data, outros estados vêm identificando a circulação de casos
suspeitos de febre do Zika Vírus.
Exames Laboratoriais
Informações sobre alterações típicas laboratoriais associadas com a
infecção por Zika Vírus são escassas, mas incluem, durante o curso da doença,
leucopenia, trombocitopenia e ligeira elevação da desidrogenase láctica sérica,
gama glutamil transferase e de marcadores de atividade inflamatória (proteína C
reativa, fibrinogênio e ferritina). Em recente relato clínico de dois casos de
Zika Vírus importados da Polinésia Francesa para o Japão, houve a verificação
de leucopenia e trombocitopenia moderada para ambos os casos; os mesmos achados
laboratoriais foram observados recentemente em caso Zika confirmado em um
viajante canadense que retornou da Tailândia.
O diagnóstico laboratorial específico de ZIKAV baseia-se principalmente
na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos. O período virêmico não
foi estabelecido, mas se acredita que seja curto o que permitiria, em tese, a
detecção direta do vírus até 4-7 dias após o início dos sintomas, sendo,
entretanto, ideal que o material a ser examinado seja até o 4º dia (figura 1).
Os ácidos nucleicos do vírus foram detectados em humanos entre 1 e 11 dias após
início dos sintomas e o vírus foi isolado em primata não-humano até 9 dias após
inoculação experimental.
No momento, não há sorologia disponível comercialmente para
detecção de anticorpos para Zika Vírus no Brasil. Atualmente só
há disponibilidade para realização de isolamento viral e RT-PCR,
restrito aos nossos Laboratórios de Referência.
Microcefalia
Uma das hipóteses consideradas pelo Ministério da Saúde é que os casos
de microcefalia estejam associados à ocorrência do Zika vírus em gestantes. Não
há casos na medicina que comprovem a relação, mas pesquisas, entre elas da
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), constataram a presença do genoma do vírus em
mães que tiveram bebês com microcefalia. O Zika é transmitido pelo mosquito Aedes
aegypti, o mesmo vetor da dengue.
Fonte: Adaptado de Portal Saúde e EBC
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