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sábado, 19 de dezembro de 2015

Entendendo o Processo Febril


A febre pode ser caracterizada pela temperatura corporal acima da faixa da normalidade que pode ser causada por distúrbios no próprio cérebro ou por substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores. A temperatura do corpo humano é controlada por uma área do cérebro chamada hipotálamo, que age como um termostato ajustado para manter os órgãos internos a 37ºC (graus Celsius).
Esse objetivo é alcançado por meio do equilíbrio entre a perda de calor pelos órgãos periféricos (pele, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas, etc.) em contato com o ambiente e a produção de calor pelo processo metabólico dos tecidos internos.

regulação da temperatura requer um equilíbrio entre produção e a perda de calor; na febre, este ponto está elevado, sendo que a produção de calor não é inibida, mas a dissipação do calor é ampliada.


Na verdade, a febre não é uma doença; é uma reação do organismo contra alguma anomalia. Também não é necessariamente um mal. Nas infecções, por exemplo, ajuda o sistema de defesa a livrar-se do agente agressor.

Mecanismos de Ação do estado Febril


Variação Térmica

A temperatura corpórea considerada ideal varia entre 36ºC e 36,7ºC. Geralmente, ela é mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde ou à noite. 

Alterações de até um grau podem ser absolutamente aceitáveis em condições normais. Nas mulheres, por exemplo, após a ovulação, durante o ciclo menstrual e no primeiro trimestre da gravidez, ocorre uma elevação natural da temperatura.

Temperatura Corporal em Relação à Idade


Febre no Idoso

Nos pacientes idosos, a resposta febril pode estar ausente ou mínima em 20 a 30% dos casos, mesmo na presença de infecção grave. Além de atrasar o diagnóstico, a ausência de febre acarreta mal prognóstico. O paciente idoso é considerado febril nas seguintes situações:

  • Elevação persistente da temperatura maior que 37,2ºC acima da temperatura basal
  • Elevação ≥ 1,3ºC na temperatura basal em qualquer sítio
  • Temperatura oral ou timpânica > 37,2ºC
  • Temperatura retal > 37,5ºC em várias ocasiões
Ao contrário do paciente mais novo, a presença de febre em paciente idoso indica infecção grave, geralmente bacteriana, e propedêutica adequada deve ser iniciada para descobrir o foco dessa infecção.

A abordagem adequada da febre de origem não identificada (FOI) no paciente idoso engloba história clínica e exame físico bem feitos, enfocando os sinais e sintomas de doenças intra-abdominais, doenças cardíacas, tuberculose, desordens músculo-esqueléticas e tumores. Radiografia de tórax, exames laboratoriais básicos, estudos de imagem do abdome, hemoculturas e ecocardiograma devem ser realizados. 

Todas as drogas dispensáveis deverão ser interrompidas assim como drogas essenciais deverão ser reavaliadas caso a febre persista.

Referências Bibliográficas:  

Lambertucci, J.R; Ávila, R.E; Violeta, I. Febre de origem indeterminada em adultos. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 38(6):507-513, nov-dez, 2005.

Magaldi C. Febre de origem indeterminada. Análise de 102 casos.



  Autor: Dr. Ricardo Lahora Soares


Bacharel em Farmácia (1998) e Especialista em Farmácia Clínica e Hospitalar pela Universidade Prof. José de Souza Herdy – Unigranrio (2015). Exerce atividades no campo profissional desde 1998 tendo atuado em instituições públicas e privadas nos diferentes segmentos privativos do farmacêutico ocupando diversos níveis de complexidade. É membro atuante da Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC) e Coordenador da Câmara Técnica de Empreendedorismo do CRF/RJ. Há 13 anos ocupa o cargo de Gestor Farmacêutico e Responsável Técnico pela Drogaria Menor Preço ltda. Tem experiência na área de Gestão em farmácia com ênfase no comércio varejista, atuando principalmente nos seguintes temas: Farmácia Popular do Brasil, Educação em Saúde e Assistência Farmacêutica. 

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