A febre pode ser caracterizada pela temperatura corporal acima da faixa da normalidade que pode ser causada por distúrbios no próprio cérebro ou por substâncias tóxicas que influenciam os centros termorreguladores. A temperatura do corpo humano é controlada por uma área do cérebro chamada hipotálamo, que age como um termostato ajustado para manter os órgãos internos a 37ºC (graus Celsius).
Esse objetivo
é alcançado por meio do equilíbrio entre a perda de calor pelos órgãos
periféricos (pele, vasos sanguíneos, glândulas sudoríparas, etc.) em contato
com o ambiente e a produção de calor pelo processo metabólico dos tecidos
internos.
A regulação
da temperatura requer
um equilíbrio entre produção e a perda de calor; na febre, este ponto está
elevado, sendo que a produção de calor não é inibida, mas a dissipação do calor
é ampliada.
Na verdade, a febre não é uma doença; é uma reação
do organismo contra alguma anomalia. Também não é necessariamente um mal. Nas
infecções, por exemplo, ajuda o sistema de defesa a livrar-se do agente
agressor.
Variação Térmica
A
temperatura corpórea considerada ideal varia entre 36ºC e 36,7ºC. Geralmente,
ela é mais baixa pela manhã e mais alta no fim da tarde ou à noite.
Alterações
de até um grau podem ser absolutamente aceitáveis em condições normais. Nas
mulheres, por exemplo, após a ovulação, durante o ciclo menstrual e no primeiro
trimestre da gravidez, ocorre uma elevação natural da temperatura.
Temperatura Corporal em Relação à Idade
Febre no Idoso
Nos pacientes idosos, a resposta febril pode estar
ausente ou mínima em 20 a 30% dos casos, mesmo na presença de infecção grave.
Além de atrasar o diagnóstico, a ausência de febre acarreta mal prognóstico. O
paciente idoso é considerado febril nas seguintes situações:
- Elevação persistente da temperatura maior que 37,2ºC acima da temperatura basal
- Elevação ≥ 1,3ºC na temperatura basal em qualquer sítio
- Temperatura oral ou timpânica > 37,2ºC
- Temperatura retal > 37,5ºC em várias ocasiões
Ao contrário do paciente mais novo, a presença de
febre em paciente idoso indica infecção grave, geralmente bacteriana, e
propedêutica adequada deve ser iniciada para descobrir o foco dessa infecção.
A
abordagem adequada da febre de origem não identificada (FOI) no paciente idoso
engloba história
clínica e exame físico bem feitos, enfocando os sinais e sintomas de doenças
intra-abdominais, doenças cardíacas, tuberculose, desordens
músculo-esqueléticas e tumores. Radiografia
de tórax, exames laboratoriais básicos, estudos de imagem do abdome,
hemoculturas e ecocardiograma devem ser realizados.
Todas as drogas
dispensáveis deverão ser interrompidas assim como drogas essenciais deverão ser
reavaliadas caso a febre persista.
Referências Bibliográficas:
Lambertucci,
J.R; Ávila, R.E; Violeta, I. Febre de origem indeterminada em adultos. Revista
da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical 38(6):507-513, nov-dez, 2005.
Magaldi C. Febre de origem indeterminada.
Análise de 102 casos.
Autor: Dr. Ricardo Lahora Soares
Bacharel em Farmácia (1998) e Especialista em Farmácia Clínica e Hospitalar pela Universidade Prof. José de Souza Herdy – Unigranrio (2015). Exerce atividades no campo profissional desde 1998 tendo atuado em instituições públicas e privadas nos diferentes segmentos privativos do farmacêutico ocupando diversos níveis de complexidade. É membro atuante da Sociedade Brasileira de Farmácia Comunitária (SBFC) e Coordenador da Câmara Técnica de Empreendedorismo do CRF/RJ. Há 13 anos ocupa o cargo de Gestor Farmacêutico e Responsável Técnico pela Drogaria Menor Preço ltda. Tem experiência na área de Gestão em farmácia com ênfase no comércio varejista, atuando principalmente nos seguintes temas: Farmácia Popular do Brasil, Educação em Saúde e Assistência Farmacêutica.
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