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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Saiba quais são os alimentos que mais causam alergia

Leite de vaca, ovo, trigo, frutos do mar e amendoim são algumas das comidas que mais desencadeiam reações alérgicas.

   A alergia alimentar é uma reação anormal do nosso organismo a alguma proteína presente na comida. O problema ocorre quando o corpo identifica como uma ameaça substâncias que, na verdade, não causam doenças, iniciando uma resposta imune para combatê-las. Segundo uma revisão de estudos publicada em 2008 no periódico Current Opinion in Pediatrics, leite de vaca, soja, amendoim, ovo, castanhas, trigo, peixes e frutos do mar são os alimentos responsáveis por 90% das alergias.
   Em contato com o agente agressor, o organismo cria um processo inflamatório que produz quantidades excessivas de anticorpos do tipo IgE. As reações mais comuns desencadeadas pelos anticorpos acontecem na pele e se manifestam como coceiras, urticária (manchas vermelhas na pele) e angioedema (inchaço das partes moles). Também podem aparecer sintomas gastrointestinais, como vômito, dor abdominal e diarreia ou sintomas respiratórios, caracterizados por coceira no nariz, espirro, tosse, falta de ar e chiado no peito.
   Ariana Yang, diretora da Regional São Paulo da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) explica que quando há manifestação clínica de reação alérgica em dois sistemas simultaneamente, por exemplo, urticária e vômito, isso é considerada uma reação grave ou anafilática e exige uma ida ao hospital ou a aplicação de adrenalina. "Os sintomas respiratórios também são um alerta para uma reação alérgica grave, pois não são comuns em alergias alimentares, e demandam uma ação imediata".


Leite

   A alergia à caseína, proteína do leite, é mais comum em crianças e, nestes casos, tende a desaparecer com o passar dos anos. Quem tem alergia ao leite de vaca também terá reação a seus derivados, como iogurte, queijo ou a qualquer produto que leve este item em sua composição, como o chocolate. A falta do leite pode causar um déficit nutricional de cálcio, podendo afetar ossos e dentes. Por isso, os alérgicos a leite precisam ingerir outros alimentos ricos em cálcio como tofu e brócolis, além de tomar suplementos do mineral.
   É importante não confundir a alergia ao leite (à proteína caseína) com a intolerância à lactose, o açúcar do leite. “Intolerância é um fenômeno metabólico, no qual o corpo não digere determinados alimentos e que acompanhará a pessoa por toda sua vida. Pessoas intolerantes à lactose não possuem a lactase, enzima que digere a lactose”. Os sintomas da intolerância à lactose são: distensão abdominal, gases, cólicas, vômito e diarreia. Para evitar que uma reação ocorra basta que a pessoa não consuma alimentos com essa substância.

Ovo

   A alergia ao ovo é o segundo tipo mais comum. O problema deste alimento são duas proteínas: a ovalbumina e a ovomucoide, presentes na clara. Ariana ressalta que o alérgico não pode ingerir nenhuma parte do ovo, já que no alimento há um contato direto entre a gema e clara. Também é importante estar atento ao rótulo e à composição dos alimentos, pois a albumina é frequentemente usada isoladamente em marshmallows, comidas congeladas e outras misturas para alimentos.

Frutos do mar, crustáceos e moluscos

   Estes alimentos são a principal causa de alergia alimentar em adultos. Isso acontece porque estes alimentos contêm muitas proteínas diferentes que podem desencadear as reações do organismo. No entanto, acredita-se que a principal responsável pelas reações alérgicas a crustáceos e frutos do mar é a tropomiosina. No Brasil, esse tipo de alergia é comum em regiões litorâneas, pois são itens da dieta de quem mora nesses lugares. O camarão é a principal causa de reação alérgica grave (anafilática) no Brasil. As pessoas que têm alergia confirmada a algum destes alimentos, como camarão, precisam tomar cuidado ao ingerir outros crustáceos (caranguejo, lagosta) e moluscos (ostra, polvo, mexilhão), pois há uma grande probabilidade de ser alérgica também a eles, devido à presença da mesma proteína em todos esses animais.

Trigo

   Ao contrário do que se acredita, a alergia ao trigo não está relacionada ao glúten. O sistema imunológico dos alérgicos ao trigo identifica a proteína gliadina como o componente que poderia prejudicá-lo e passa a enviar anticorpos para combatê-la. Por isso, é preciso estar atento ao rótulo e aos ingredientes dos alimentos, pois pães, bolos, cereais, macarrão, farinha, entre outros contêm o grão. Quem é alérgico ao trigo não apresentará, necessariamente, reação à cevada, à aveia ou ao centeio. São os celíacos, que apresentam intolerância ao glúten, uma proteína de difícil digestão presente nesses alimentos, que não podem ingeri-los.
Amendoim

   O amendoim é um alimento rico em proteína — a cada 100 gramas de amendoim, 27 gramas são de proteína. Por esse motivo, causa muitas alergias. Estudos apontam que a cupina e a conglutinina são as principais proteínas do amendoim responsáveis pelas reações alérgicas. A alergia ao amendoim é a mais incidente nos Estados Unidos, principalmente em crianças, pois este alimento está muito presente na dieta dos americanos. No entanto, nos últimos três anos, sua prevalência tem aumentado também no Brasil. Um estudo divulgado neste ano no periódico 'New England Journal of Medicine' afirma que, ao contrário do que se acredita, se você quer que seu filho não desenvolva alergia a amendoim, é preciso começar a dar o alimento a ele a partir dos onze meses de idade.
   Crianças que comem amendoim com frequência são as que menos desenvolvem alergia. Ser alérgico ao amendoim não significa ser alérgico a outras oleaginosas como castanhas, nozes e amêndoas. Entretanto, por também possuírem altas quantidades de proteínas, estes frutos precisam ser consumidos com atenção, principalmente por quem tem predisposição a ter reações alérgicas a algum desses alimentos.

Fonte: Veja

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