Saudável e em seus 50 anos de idade, a vítima ficou doente depois de
receber uma picada de carrapato enquanto realizava trabalhos rotineiros em sua
propriedade, ao ar livre. Embora ele tenha sido tratado com antibióticos, seus
órgãos começaram a sofrer falência e ele perdeu a capacidade de respirar por
conta própria.
Pesquisadores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC)
investigaram o sangue do homem e descobriram que ele havia sido infectado por
um vírus não identificado anteriormente, pertencente ao grupo thogotovírus, que
nunca antes tinha causado doenças humanas no país. O CDC denominou o vírus de
'Bourbon', de acordo com o jornal EUA Today.
Antes do homem de Kansas, haviam apenas oito incidentes causados por
essa estirpe dos thogotovírus, gerando sintomas em humanos. Todos eles
ocorreram na Europa, Ásia ou África. Esta é a primeira vez que o CDC identifica a incidência do thogotovírus
em células sanguíneas.
Os sintomas do homem de Kansas eram semelhantes a uma doença bacteriana
transmitida por carrapatos. Seus glóbulos brancos e plaquetas, que
respectivamente combatem infecções e ajudam na coagulação do sangue, estavam em
declínio. Em contraste, os thogotovírus são conhecidos por causar meningite.
De acordo com o epidemiologista do CDC, J. Erin Staples, o vírus Bourbon
poderia existir por anos e só passou despercebido porque os sintomas de outras
pessoas eram muito leves, ou o vírus pode ter evoluído recentemente, ficando
mortal.
Amesh Adalja, associado sênior do Centro para a Segurança de Saúde do
Centro Médico da Universidade de Pittsburgh, disse que as autoridades de saúde
devem, a partir de agora, determinar o quão disseminado está o vírus Bourbon em
carrapatos, animais e seres humanos, para que possam "entender o
espectro da doença e o que ela é capaz de causar”.
“É importante não deixar dúvidas quando se investiga doenças
inexplicáveis, para que os seres humanos possam se preparar para ameaças
microbianas”, disse ele.
Fonte: Jornal Ciência
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